Invasões Clandestinas o Retorno

A ocupação irregular de terras privadas e públicas em nosso município começaram de “forma organizada” na década de 90, entre 1993/1996 quando Sérgio Grando, então governo municipal criou as linhas de ônibus para os “morros” sem uma contrapartida dos beneficiários. Foi a “dica” para a mais destemida ocupação clandestina na Ilha e Continente. Sob lideranças de alguns religiosos e´”lideres” comunitários tudo foi invadido, no lado continental os morros próximos a cabeceira das Pontes, a via Expressa 282, morros da Ilha, Dunas, a atual “Chico Mendes” nada escapava dos invasores.
Com a mudança de Governo sob a liderança de Angela Amim num bem sucedido programa habitacional as famílias residentes às margens da via Expressa foram removidas, as invasões foram substancialmente, contidas, não eliminadas.
Recentemente com o afrouxamento da fiscalização os “clandestinos” voltaram. Até o Governo Dário Berger o faziam de forma escondida, agora às escancaras.
O mote foi dado no Ante Projeto do Plano Diretor. Foram criadas 66 ZEIS – zonas especiais de inclusão social, muitas margeando Áreas de Preservação Permanente. Muitos alertaram sobre este disparate mas os autores foram insensíveis, mantiveram as zonas especiais.
Leio nas folhas que um grupo de invasores ocuparam um terreno privado às margens da SC401, próximo a Ratones. Como sempre há uma boa desculpa para atos selvagens como este – o terreno foi adquirido através de um empréstimo junto ao BRDE do Sindicato dos Bancários, portanto “é nosso”. O proprietário já pediu a reintegração de posse.
Ontem lançaram a pedra fundamental de aptos. na Ponta do Leal que serão “doados” às famílias residentes. Será financiado pela CEF a módicos R$100,00 por mês. Nada contra, todavia, o governante deve se limitar a usar palavras adequadas e não pronunciamentos ufanistas e comprometedores – ” estou pagando uma dívida com a comunidade. A Ponta do Leal é uma das maiores vergonhas da nossa cidade”, disse o prefeito. O problema é que ela não é a única, há muitos outros espaços prontos para fazer a mesma reivindicação.
O Governo ao fazer a opção pelos “invasores”, sem nada em troca, oferecendo áreas futuras, aptos de graça, emite sinais poderosos que invadir vale a pena. Este filme a cidade já viu, repercutí-l0 é cair na armadilha do populismo barato que resolve interesses pessoais ou de grupos, não da cidade.