
DE GETÚLIO VARGAS Á BOLSONARO
Amigos e amigas de Floripa
Não obstante as exaltações atribuídas ao político Getúlio Vargas, de se registrar o grande mal que causou ao Brasil a partir de 1930 e que só agora, em 2019, nos livramos de suas maldades. Até este ano Getúlio estava confinado ao Rio Grande do Sul, fora deputado Estadual, depois federal e Governador.
Com o advento da República os políticos de então seguiam as regras, havia uma constituição (1891) e salvo o período “revolucionário” (1889/1894) a vida política estava pacificada. O primeiro presidente eleito foi Prudente de Morais pelo PR – Partido Republicano do RJ depois alternaram-se os PR de São Paulo e Minas até 1930.
Neste ano o PR mineiro rompeu com o PR paulista, apoiando o candidato Getúlio. Ao final das eleições resultou vitorioso, Júlio Prestes do PR paulista. Estava criado um caso político sem precedentes, e que a meu juízo só terminou agora com a vitória do Bolsonaro.
Getúlio Vargas e companheiros não se conformaram com os resultados, se uniram a Minas e Paraíba, criaram um movimento armado para destituir o Governo Washington Luiz e impedir a posse de Júlio Prestes.
O movimento foi bem-sucedido desencadeando o Golpe de 3/10/1930. Os 16 anos de Governo não seriam fáceis. Getúlio nos primeiros dias revogou a Constituição de 1891, dissolveu o Congresso Nacional, fez intervenções nos Estados.
Entre 1930 e 1934, governou por Decreto posto que não havia mais constituição. Enquanto isso foi preparando terreno para uma Assembleia Nacional Constituinte para fazer uma nova Constituição que finalmente aconteceu em 1934.
Segundo relatos políticos, a Constituição só foi possível por pressão de São Paulo, notadamente, após a Revolução Constitucionalista de 1932, um levante das forças paulistas contra o Governo de Getúlio, resultando em milhares de mortos. O Governo Federal venceu as forças opositoras, mas se obrigou a fazer uma nova Constituição.
A Constituição de 1934 não teve vida longa. Em 1937 Getúlio deu um novo golpe, revogou a Constituição de 1934 e outorgou outra, transformando-se pela segunda vez, Ditador.
A Constituição Brasileira de 1937 que implantou o “Estado Novo” era a terceira a viger no período republicano tinha fortes inclinações ditatoriais. Era uma Constituição outorgada, ou seja, imposta pelo “ditador”. Vale lembrar que por ser uma ditadura os direitos individuais e coletivos ficaram à mercê do poder constituído. Foram anos de forte repressão aos opositores com inúmeros relatos de torturas dos adversários políticos e censura à imprensa.
Getúlio foi destituído do poder por generais do seu próprio governo no dia 29/10/1945. Quem assumiu o cargo interinamente, foi José Linhares, então Presidente do STF. É que a constituição de 1937, não previa vice-presidente. José Linhares ficou no posto até 31/01/1946, quando foi empossado o Presidente eleito Eurico Gaspar Dutra.
Nas eleições de 1950 Getúlio se candidata, ganha as eleições e retorna ao poder. Governou por 3 anos e 205 dias e sob o argumento de “forças poderosas” que não o deixavam governar, suicidou-se.
A morte de Getúlio desencadeia um conjunto de eventos que vão desembocar no Movimento Cívico Militar de 1964 cujo período perdurou até 1985. Nesta data retornaram as forças socialistas, “trabalhistas”, “socialdemocratas” cujo governo prosseguiu até 31.12.2018. Desta vez arruinaram o Governo pela gestão, pelos roubos, pela corrupção.
Finalmente, em outubro de 2018, pelo voto popular, as forças liberais do País legalmente eleitas, que haviam sido atacadas e derrotadas em 1930, retornam ao poder com Bolsonaro. Foram 88 anos de história destroçada graças ao destempero de Getúlio Vargas.