Gestão Eficiente da Segurança Pública
Nestes últimos tempos vivenciamos duríssimo embate entre as Polícias civil e militar transparecendo, ora vaidades corporativistas, ora ausência de autoridade do Governo. Ao final do imbróglio o governador determinou a criação de um comitê para examinar como se daria o processo de integração. Foi um avanço, mas o que surpreende nesta decisão é que a PM existe desde 1836 (176 anos) e a PC, desde 1891(120 anos) o que convenhamos é tempo suficiente para fazer os ajustamentos necessários.
Na verdade o que nos falta é gestão dos serviços. A organização social é cada vez maior e mais exigente, o crime se sofistica, torna-se mais complexo e violento, e, a administração pública da segurança continua com os mesmos métodos do século passado.
Você caro leitor já deve ter ouvido ou lido a expressão “caçador de talentos” profissional contratado pelas grandes corporações para indicar um executivo para o desempenho de funções gerenciais.
Uma operadora de telefones, uma Petrobrás, um grande banco, entre outros, sempre estão à procura de homens e mulheres com boa formação acadêmica, experiência em gerência e que gostem de desafios. Freqüentemente, as escolhas dão certo. Não por outra razão contamos com um extraordinário sistema financeiro considerado um dos melhores do mundo, temos mais de 200 milhões de telefones funcionando e um notável sistema de distribuição de combustíveis. Mas as experiências não param aí. Toda vez que v. entrar num supermercado para uma trivial compra de alimentos v. nem percebe a monumental logística que se fez para que o seu café matinal fosse adquirido de forma tão simples. Atrás disso tudo, há gestão, competência, compromisso com a qualidade.
Porque será que tudo o que pertence ao mundo da gestão pública funciona de forma tão precária e nas Polícias não é diferente? Falta-lhes gestão. Ao contrário da iniciativa privada que contrata bons profissionais, na gestão pública, fruto de um cipoal de leis impeditivas e indicações políticas, ocorre o contrário.
Há diferença considerável entre conhecer o manuseio de uma arma, das algemas, como prender criminosos, a tomada de depoimentos numa delegacia, entre outros e a gestão eficiente do “Sistema de Segurança” com suas instituições e planejamento das ações.
Não se pode exigir de quem tem formação jurídica ou militar conhecimentos e experiências práticas bem sucedidas de administração geral e financeira. Para estas atividades há necessidade dos caçadores de talentos que indiquem profissionais habilitados a gerir de forma eficiente os recursos humanos e materiais de ambas as polícias.
PS: Lojistas da Vidal já tiveram seus estabelecimentos arrombados e já houve assalto à mão armada nas imediações. Há uma “horda” de indigentes, alguns com passagem pela polícia, dormindo embaixo da marquise do Edifício das Diretorias. Estão lá o inverno inteiro, fazem algazarra à noite, intimidam os transeuntes e ninguém os removeu para um local adequado, mais humano. Há, por óbvio, antipatias manifestas dos lojistas pelo descaso como esta questão vem sendo tratada. Aguardam-se providências.