PRECISAMOS DE HERCULES

A mitologia grega rica em criar imagens e heróis, nos legou a HIDRA DE LERNA que era um reptil, filha de monstros que habitavam o lago de Lerna. A hidra tinha corpo de dragão e nove cabeças de serpentes. Contava com venenos poderosos, seu hálito matava os homens até enquanto estava dormindo, bastava passar por perto. Tinha outras armas se o inimigo cortava uma de suas cabeças, renascia em duas, se regenerava rapidamente. A Hidra de Lerna foi derrotada por Héracles (ou Hercules na mitologia romana) adotando técnica guerreira especial, cada cabeça foi sendo cortada até sobrar a central, considerada imortal. Hércules a cortou e a enterrou sob uma enorme pedra, nunca mais ressuscitou.
SMJ, a juventude, provavelmente, desconhece o tamanho do Estado brasileiro essa enorme hidra, corpo imenso e cabeças espalhadas por todo o território nacional. Seus tentáculos produzem os estragos que os jovens conseguem enxergar – corrupção, alianças políticas espúrias, negociatas, obras faraônicas desnecessárias como estes 12 estádios de futebol, incúria administrativa frente a projetos que nunca terminam. Em vez de primar pela ética pública, os sabujos da política se ufanam das maracutaias, debocham da paciência do povo, pensam que ninguém esta enxergando a malversação dos recursos pagos com os impostos de todos os brasileiros.
É preciso enxergar a hidra como ela é e, sobretudo, como cortar seus tentáculos. O Estado brasileiro, se compõe dos quatro poderes constitucionais – o executivo, o legislativo, o judiciário e o ministério público. Todos são perdulários, gastadores incontidos, mas pela sua dimensão, o executivo, nos três níveis, o federal, o estadual e o municipal, são as maiores hidras a ser enfrentadas. Há aqui, escondida, uma hidra gigantesca cujo tentáculo chupa 70% dos recursos para Brasilia – a estrutura tributária.
O governo federal opera atualmente, com 39 ministérios, 20 institutos diferentes, 31 empresas, 117 universidades/institutos, cuja titularidade dos cargos vem sendo ocupada por apadrinhamento político. Fala-se em mais de 20 mil cargos em comissão. O atual governo inseriu no sistema outros afilhados importantes como as ONGs, os representantes dos Sindicatos dos trabalhadores e suas federações, o MSTerra, o MSTetos, e tantos outros canalizando para estas agremiações enormes somas de dinheiro e que apanhados com “a boca na botija” simplesmente, desaparecem.
O Governo de SC também tem a sua hidra faminta de recursos. Conta com 60 secretarias, 30 autarquias, empresas de economia mista e fundações, há centenas de milhares de cargos comissionados todos felizes por serem indicações políticas. Não prevalece o funcionário de carreira, para estes são reservadas as migalhas.
No Governo municipal o panorama não é diferente, o organograma acusa mais de 40 órgãos a maioria absolutamente, dispensável. São centenas de indicações políticas “pagamento” da campanha eleitoral. Usa-se o serviço público como “coisa” privada, insuportável para quem defende a moralidade pública.
Somando os três níveis executivos do Governo mais os esbajadores cotumases, o legislativo, o judiciário, o ministério público, origina-se um quadro desolador, a HIDRA-ESTADO é maior do que os recursos arrecadados. Não por outra razão a toda hora os governos falam em aumentar impostos. Esquecem que já pagamos 40% do PIB ou visto por outro ângulo, são cinco meses de trabalho para alimentar a hidra. Se a chamada classe média somar a educação, a segurança, a saúde cujos serviços são pagos sob condição privada, em vez de cinco serão 6 meses de trabalho, justamente, 50% de tudo o que ela ganha.
Nestas circunstância o que fazer? A tarefa é árdua, duríssima mas factível. Precisamos de alguns Hercules que estejam dispostos a ceifar a cabeça da serpente isto é, diminuir o tamanho do Estado, desprivatizá-lo, dar eficiência, construir as carreiras públicas de funcionários como acontece nas melhores economias desenvolvidas.
Penso que nossos jovens idealistas deveriam pensar nisso. Eles conseguiram enxergar as consequências, agora precisam identificar as causas. Seria um bom começo.