Gafanhoto Político

No mundo animal são insetos devoradores da natureza, inimigos das formigas (como todos sabem, trabalhadoras e organizadas) e prejudiciais à saúde das propriedades rurais. Quando se juntam em bandos eliminam fazendas inteiras em poucas horas.
No mundo dos insetos quem tiver a antena maior tem poder, atraí maior maior número de fêmeas, manda, opera como um paxá, quase que o mesmo no mundo político. Os gafanhotos são antigos, existem desde os tempos bíblicos.
O gafanhoto político, analogamente, é considerado uma das piores pragas da sociedade brasileira. Causa danos em todos os Estados brasileiros, nas três esferas do poder. Seu habitat preferido são órgãos públicos que manipulam muito dinheiro.
São gregários, operam em bandos se utilizando de partidos políticos para digerir grandes quantidades de dinheiro público. Existem há muito tempo. Rui Barbosa discursou no Senado Federal em 1914 “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.
Os gafanhotos políticos ao longo do tempo foram se especializando, cada vez mais famintos, e, ultimamente, vem operando em “organizações criminosas” transformando os “maus” do tempo do velho Rui em “carmelitas de conventos”. Há várias espécies:
Gafanhoto-migratório
Também conhecido como “trânsfuga brasileiro” é uma das pragas da política partidária do País. São políticos que renunciam ao partido ao qual foram eleitos e passam para partidos contrários, sempre, na base do governo. São verdadeiros “desertores” da democracia, fraudam o eleitor, tem compromissos individuais e gostam de estar sempre próximos do poder e dos cofres públicos.
Gafanhoto-soldado
São gregários por natureza, operam sempre em conjunto sob as ordens do líder mesmo na presença de equívocos condenáveis como atos de corrupção. Tem faro de sobrevivência, não desobedecem às lideranças, frequentemente, utilizam ONGs fajutas e adoram participar do banquete como coadjuvantes recepcionando migalhas que lhes cabe do “latifúndio”, trabalham em silêncio, mas como são muitos, provocam estragos enormes.
Gafanhoto-sol
São os mais famintos, suas antenas captam onde giram os recursos públicos, suas mandíbulas devoram cofres inteiros, atacam o Orçamento Público mas não esquecem as autarquias e estatais. São encontrados de norte ao sul do Brasil, tem enorme resistência jurídica, mesmo condenados, algemados e procurados, conseguem pousar de “vestais” da democracia e da probidade administrativa. Utilizam o povo e os gafanhotos-soldados para perpetrar os mais odiosos crimes contra a administração pública brasileira. Trata-se de espécie em expansão, são populares, gostam da mídia, mantém aparências fransciscanas para não levantar suspeitas. Usam laranjas para esconder o produto de seus ataques ou paraísos fiscais longinquos.
Gafanhoto-fiscal
São encontrados nos órgãos fiscalizadores, aplicadores da justiça e em outros órgãos que tem a função de defender os interesses públicos. Trata-se de espécie descoberta, recentemente, sua atuação é sofisticada e de dificil mensuração. Frequentemente, suas atuações surpreendem pela conclusão do inquérito instaurado. Se apegam a uma interpretação periférica à lei, a filigranas processuais e esquecem o principal. Alforriam criminosos confessos, procurados em outros países. Nos Tribunais de Contas, apêndices da Assembléias, teoricamente, deveriam ser os representantes do povo e condenar todo tipo de equívocos administrativos, mas, na verdade operam como sacerdortes que perdoam os pecadores pela boa razão das teias políticas que rondam estas casas fiscais.
Gafanhoto-gestor
São notórios seus hábitos de achar que sabem muito e os demais sabem pouco. Se apresentam como os salvadores das cidades. São vorazes, gostam de obras, dispensam o planejamento como instrumento de gestão. Procuram a releição a qualquer preço. Gostam de cargos executivos, preferencialmente, com a chave do cofre sob seu controle. Com o crescimento econômico do País este tipo de gafanhoto esta prosperando, vertiginosamente, notadamente, nas grandes obras de infra-estrutura do País.
Gafanhoto-verde
Trata-se de espécie em ascenção, gostam de atuar com ONGs suspeitas, se dizem protetores do Meio Ambiente mas, ao contrário, são predadores do desenvolvimento sustentável. Acham que não há leis na cidade ou no País, no fundo desconhecem os códigos de posturas, de obras, plano diretor e leis ambientais. Tem ódio do liberalismo econômico (embora se utilizem de seus frutos) e seus paradigmas de sociedade política transitam entre Cuba e Venezuela. Frequentemente, se juntam a bandos internacionais para dar densidade política aos seus ataques e credibilidade aos seus objetivos. Como a causa é atrativa e defendida por toda sociedade são bem recepcionados, pensam deter o monopólio do saber ambiental. Os “barões” destas iniciativas estão incrustados em ONGs e órgãos públicos que dificultam as licenças ambientais, paralisam obras, adiam projetos, causando enormes prejuízos a toda a sociedade.
Para os gafanhotos insetos a ciência descobriu venenos poderosos como os inseticidas, para os gafanhotos políticos os antidotos recomendados vão desde denúcias, sobretudo, ao MP, até o “votocida”, aplicado a candidatos que tem problemas com a justiça ou MP. O votocida tem aplicações diversas mas nas próximas eleições ele deve ser utilizado para candidatos a vereador e prefeito que tenham problemas com a justiça.
Publicado originalmente no jornal Noticias do Dia, Opinião, de 5 de fevereiro de 2012
11 COMMENTS
Muito boa analogia Dilvo. Parabéns!
Agradeço as palavras de estimulo e me obriga a fazer cada vez melhor. Forte abraço.
Infelizmente na sociedade brasileira estamos a mercê dos gafanhotos, pois o povo cansado das bandalheiras e da falta de justiça vê-se envolto de situações inexplicáveis ou já enraizadas na cultura do não é comigo nada posso fazer… Vamos mudar isto com a formação de novos politicos e o desenvolvimento da uma cultura do sim, é comigo e tenho que fazer algo para mudar meu país… Parabéns Dilvo pelo artigo.
Agradeço as palavras de estímulo e concordo contigo, não podemos praticar a “teoria do avestruz”. Temos que ter “olhos de sapo” que segundo me dizem enxergam em 360 graus. Alguns me dizem que é inútil perseverar, a política é dos picaretas. Penso que não, se na próxima eleição elegermos 2 ou 3 vereadores com espirito público e conhecimento da cidade, faremos uma pequena revolução na Câmara de Vereadores. Conto contigo.
Valeu Sr. Dilvo, realmente é um blog bem independente e muito responsavel,tudo haver com o momento politiqueiro que estamos vivenciando no norte da ilha (Ingleses/Santinho), cheio de Gafanhotos, lutando pelos seus interesses.
Wanderley Vargas Filho
2ºSecretario do CCS – Conselho Comunitario do Santinho(totalmento inoperante e comprometido);
2ºSecretario do Conseg.Ingleses/Santinho(totalmento atuante e descomprometido.
Agradeço a sua leitura e me estimula a fazer melhor
Prezado Profº Dilvo. Sua metáfora é importante e inteligente. Embora no meu ponto de vista algumas vezes acabe por reduzir questões estruturais na lógica da causa – efeito. Uma releitura com visão sistêmica consideraria que a abordagem extrapola o âmbito dos 3 Poderes e a visão do Estado causador de crise, presente nas críticas do mencionado liberalismo. O que trago é apenas o mais sadio conflito, fruto de visões diferentes, a troca de idéias. Busco e acredito compreender em tese os motivos desta sua interpretação. Pessoalmente, havendo optado há 30a por carreira profissional no setor público, posso lhe afirmar que não é fácil conter a proliferação de gafanhotos e ainda contribuir para o grande desafio das políticas públicas. Ainda assim me orgulho do que faço, embora seja pequeno seu objeto tem por grandeza o fim público. Como cidadã procuro não cumprir o papel de corruptor, aquele que participa da corrupção enriquecendo políticos e servidores corruptos em troca de algum interesse privado. A sociedade, que inclui o setor público e privado precisa romper esta lógica. É isto que acredito ser seu objetivo nesta METÁFORA tão bem elaborada. Por isso que embora com divergências eu a apoio. Grande Abraço! Lúcia Helena Pereira Tang Vidal – Economista / Mestre Engª Pro. e Sistemas – Gestão Ambiental
Agradeço a leitura, o objetivo do artigo foi, de forma leve e hilária, mostrar como se rouba no País. Há milhões de servidores, concursados, a estes meu preito de gratidão, são servidores “para o publico” que demanda serviços. Esses também são vítimas destes abjetos gafanhotos. Quero te dizer das minhas convicções políticas a cerca do liberalismo (Lock), doutrina que defende as liberdades individuais, econômicas, religiosa, livre expressão do pensamento, direito de ir e vir, entre outras. Estes valores democráticos, a maioria assume, até os que querem destruí-los como alguns partidos de esquerda que tem em Cuba o seu paradigma político. Tudo o que a iniciativa privada pode fazer, ela o fará melhor. Por isso que “privatizar” a Infraero esta sendo um bem danado, de um lado entraram 24 bilhões para os cofres do Governo, de outro serão 3 aeroportos a menos para se praticar falcatruas. Forte abraço.
NOBRE AMIGO :
O CNJ IGNORA O QUE PASSA NA JUSTIÇA. ENTÃO É DE SE PERGUNTAR, ESTARIA O CNJ CUMPRINDO O SEU PAPEL, OU APENAS VIVENDO DE APARENCIAS E A CORRUPÇÃO CONTINUA CADA VEZ MAIS PROFUNDA?
AJUDE A DIVULGAR
É BOM CONHECER UM POUCO DA JUSTIÇA:
É BOM VERIFICAR AS DENUNCIAS DO DR. ABBOUDLAHDO NO YOU TUBE SOBRE A JUSTIÇA NO BRASIL
http://youtu.be/2iiYgdZOipw
http://youtu.be/GbNAtPRd5Qk
http://youtu.be/nOKbfFFg23M
estes são alguns vídeos que fez sobre invasão de terras no ms pelo poder judiciario
SOU JORNALISTA FOTOGRAFICO E TAMBÉM DIRIGI O FILME DE LONGA METRAGEM INTITULADO PARALELOS TRAGICOS
No Brasil a pior praga são os GAFANHOTOS conhecidos por classe média, são estes que quer que todos o recursos fiquem com esta classe e para os pobres deixam somente migalhas, mais o mais nefasto são os gafanhotos pequenos que dão sustentáculo aos grandes gafanhotos; na última eleição um GAFANHOTO de TOGA causou o maior estrago na sociedade brasileira e com com isto um Gafanhoto que pregava o ódio contra negros, mulheres e pobres foi ao poder, descobriu depois que este juntamente sua família pilhava parte dos salários dos funcionários de seus gabinetes. Qualquer semelhança com fatos é mera coincidência
Agradeço a leitura e suas colocações são pertinentes.