FRACASSO DA COPA
Gastou-se muita tinta, horas de computador e garganta para justificar o fracasso da seleção na copa. Pretendo introduzir outros critérios de análise.
Em empresas privadas quando os lucros começam a cair, acende-se uma luz amarela, a equipe de vendas começa a ser consultada sobre o que esta acontecendo, o Gerente Financeiro é chamado a dar explicações sobre o fluxo de caixa, o gerente de marketing se “vira nos trinta” para tentar persuadir os clientes a comprar mais os seus produtos. Todos se reportam ao topo da pirâmide, ao “boss” é ele que tem que dar explicações aos acionistas.
A linha de autoridade e responsabilidade, conceitos relevantes em administração, guardam importância fundamental, cabe ao “boss” transferir parte deste poder legitimado pela estrutura para obter os resultados, mas ele não pode abdicar de suas decisões, afinal autoridade ainda que atribuída para o desempenho de certas funções, não é delegada na sua totalidade. Em outras palavras, o “boss” sempre é o “culpado” pelo fracasso ou ao contrário, endeusado pelo sucesso.
É da essência da gestão assumir grandes responsabilidades, o indivíduo deve ser investido de um grau de autoridade que lhe permita tomar as decisões necessárias ao cumprimento de seus deveres. O Presidente da CBF tem estes poderes.
A CBF deve ser vista como uma gigantesca empresa (opera sob o direito privado) onde estes pressupostos de autoridade e responsabilidade estão presentes. O que mais se vê são críticas contundentes ao Técnico da Seleção, a sua equipe e principalmente, aos “mercenários” jogadores que todos bem resolvidos financeiramente, só vieram à Copa para se divertir, pouco importando os resultados. Os 3X0 da Holanda, no último jogo (12/7) acabaram de vez com a última esperança. As redes sociais foram pródigas em criticar os “funcionários” não o “boss”.
Minha convicção é que vai mal a estrutura do futebol brasileiro. Nossos dirigentes vivem de alguns resultados do passado. A CBF conta com senhor Marim um ancião de 85 anos na Presidência, Delfim Peixoto, da Federação Catarinense (Vice Presidente para o Sul) esta no poder há 29 anos. A CBF como a FCF, é uma caixa preta, ninguém sabe ao certo o que acontece nestes ambientes.
Frente aos princípios gerais de administração, prever, organizar, comandar, coordenar e controlar o gigante CBF, não tenho dúvidas em afirmar – precisamos um choque de gestão para levantar o futebol brasileiro. Os jogadores e a comissão técnica são tão vítimas quanto o povo brasileiro. A permanecer o “status quo” reinante daqui a 4 anos estaremos novamente, chorando nossas mágoas.
É preciso oxigenar a CBF e toda a estrutura do futebol brasileiro começando pela renúncia a uma estrutura viciada, carcomida por anos de corrupção, de desmandos, onde os chefões se utilizam da paixão dos brasileiros para permanecer à frente da velha CBF e seus braços estaduais. O que menos se vê por lá é gestão eficiente, comandamos o futebol da mesma forma do tempo de Paulo Machado de Carvalho, quando ganhamos pela primeira vez a taça Jules Rimet. É preciso mudar, urgentemente.
2 COMMENTS
É verdade meu caro, está na hora de mudanças urgentes no comando da CBF, e como a mesma tem dono Ricardo Teixeira e João Havelange, acho realmente isso quase improvável de acontecer e se acontecer entrará mais um da mesma turma mas como o Brasileiro é esperançoso vamos ter esperança de coisas mudem.
Obrigado por ler o blog. ´sou brasileiro, não desisto, um dia esses pilantras vão desaparecer.