A FALÁCIA DO ESTADO EMPRESÁRIO

Nos idos da década de 60 e, especialmente, durante a chamada “Revolução de 64” desenvolvia-se a ideia do ESTADO EMPRESÁRIO para tirar o país do modelo primário exportador. Por este modelo o País exportava produtos primários como o café, borracha, cacau, entre outros e importava, máquinas, equipamentos, produtos industrializados, inclusive alimentos o que na opinião de muitos, tratava-se de uma “espoliação” dos recursos nacionais.
Muitos acreditavam que a culpa era dos “imperialistas” comandados pelos Estados Unidos. Neste ambiente, ideias socialistas como as que predominavam na URSS eram bem recepcionadas. Em 1964 se fez um movimento revolucionário para, precisamente, combater a iminência de um Estado socialista entre nós.
Vencido o modelo socialista, entrou em voga, o “nacionalismo exacerbado” (Brasil Ame-o ou Deixe-o) comandado pelos militares em associação com os líderes industriais e apoiado pela maciça classe média brasileira e pela igreja católica. Além da implantação de uma gigantesca infraestrutura no setor rodoviário (todas as BRs, são deste tempo) houve preocupação com a energia, oportunidade em que surgiu Itaipu (à época a maior hidroelétrica do mundo) e tantas outras espalhadas pelo Brasil afora. Surgiram centenas de empresas com o final “Brás”. (Petrobrás, Eletrobrás, Telebrás). Foram anos de muito desenvolvimento econômico não obstante os enormes problemas na área política.

Com a queda do modelo revolucionário e com o advento da nova constituição (1988) o Brasil passou a respirar novos ares políticos e econômicos. Collor fez uma dura crítica à indústria automobilística “só têm carroças”, abriu os portos, passou a ditar uma agenda progressista, moderna, para o País. Entre 1990 e 1994, o governo federal desestatizou 33 empresas, sendo18 empresas controladas e 15 participações minoritárias da Petroquisa e Petrofértil. Arrecadou US$ 11,9 bilhões, 8,6 através de licitações e 3,3 bilhões de dívidas repassadas.
Com a chegada de FHC o Plano Nacional de Desestatização acelerou-se, as privatizações ganharam força. Ao contrário do que se diz, tudo foi conduzido através de leilões em Bolsa de Valores que como se sabe, é um ambiente de operações transparentes ganhando aquele que pagar mais. Segmentos importantes como a Petroquímica, Mineração, Telecomunicações, Bancos, Elétrico, entre outros, rendeu ao Estado quase 80 bilhões de dólares.
Mas há aí outras variáveis que fizeram o País, economicamente, mais saudável – em vez de mensalmente o Tesouro desembolsar milhões para fechar os déficits crescentes, estancou este sorvedouro de dinheiro. De outro lado, as empresas transferidas, imediatamente, passaram a gerar renda, impostos e empregos. Atualmente, o modelo das telecomunicações, a Vale do Rio Doce, a Embraer, são exemplos de eficiência e pagam bilhões de impostos, anualmente.
Infelizmente, quando o PT chegou ao poder aproveitaram-se desta “herança bendita”, paralisaram as privatizações, passaram a acreditar na “privataria”, a condenar o que deu certo. Recentemente, D. Dilma & Cia. parece que se converteram aos bons princípios capitalistas e entenderam que o Estado Empresário é uma falácia. Infraero e alguns aeroportos estão sendo privatizados. De ressaltar que fazem enorme esforço gramatical para dizer que não estão privatizando e sim fazendo concessões. Hum!!! Então tá.