A CULTURA DO ATRASO – A ESPERA DE UM…
Amigos e amigas de Floripa
Roberto Campos um dos maiores economistas do Brasil alertava para as dificuldades do País em compreender certos conceitos de racionalidade tão comuns nas comunidades anglo-saxônicas. Desconfiava que era fruto da convergência cultural, do caldo de cultura de que somos caudatários. Informava que as origens se concentravam nos usos e costumes portugueses, africanos e a indígenas
A primeira influência se referia aos costumes ibéricos de onde herdamos a cultura do privilégio. Como se sabe o Reino de Portugal sempre foi generoso com seus servidores desde os tempos das capitanias hereditárias, posteriormente, no Brasil, D. João VI, desalojou muitos cariocas de suas casas, para abrigar os membros da família real. Funcionários da monarquia eram regiamente remunerados. Desde então, nem a República foi capaz de acabar com as regalias, ao contrário, acentuou-as.
O segundo vetor diz respeito a pitada africana em nossas comunidades introduzindo a magia, o encanto, a bruxaria como método de resolução de problemas. Nestas ocasiões o “Sacerdote” do culto fetichista transmite aos crentes as instruções recebidas da sua divindade, nas sessões de macumba e os pedidos são feitos e atendidos.
A terceira cultura tem origem na indolência das tribos indígenas e nas pajelanças que são realizadas cujos rituais endereçam suas preces a “rei trovão” para que busque a cura do enfermo ou então ofereça mais alimentos à tribo. De ressaltar que o índio tinha tanta fartura quer de peixes e outros animais, frutas e legumes que nunca se preocupou com o quotidiano da sobrevivência.
Nascem destas idiossincrasias, destas particularidades comportamentais a cultura brasileira que acredita mais no sobrenatural, na contemplação ao divino do que no esforço diuturno, no trabalho.
O pior desta cultura é que ela foi introduzida na classe política. Fruto da baixíssima formação econômica e financeira, muitos não acreditam nos números que lhe são apresentados. Cestas básicas, saúde e remédios de graça, a Reforma da Previdência, com seus 350 bilhões de déficits em 2018, compõe um cesto de privilégios insustentáveis que não sensibilizam nossos congressistas. O racional é ser irracional, acreditar numa força divina. Parece que temos uma inclinação de aprender com a dor.
O País poderia ser um dos mais desenvolvidos do mundo – temos todos os recursos naturais, um mercado de 210 milhões de consumidores, um povo a espera de trabalho.
Infelizmente, a cultura do atraso não deixa espaços para o crescimento, para a poupança, para os investimentos, estams condenados ao ostracismo dos povos “vira latas” via de regra, aguardando um milagre que nunca vem.