Os motejos da CASAN
Nos últimos dias (13 e 14/12/2012) a CASAN vem anunciando nos jornais e rádio que em razão da “escassez de chuvas e as altíssimas temperaturas que provocaram um excesso de consumo de água, reduziram substancialmente os níveis dos mananciais de captação em operação no município de Florianópolis”.
Surpreende que uma concessionária de água e esgoto venha à público e de forma equivocada anunciar que a falta dágua se deva a fatores naturais. A CASAN faltou com a verdade, usou de artifícios climáticos para escamotear suas costumeiras deficiências operacionais.
O fato é que a CASAN não conta com “Reservatórios de Segurança” que deveriam ter sido construídos há muito tempo. Sem eles com ou sem estiagem a água vai faltar. O problema é que um investimento deste porte custa mais de 100 milhões de reais dinheiro que a CASAN não tem.
A propósito, os balanços, patrimonial e de Resultados revelam um quadro desolador. Enquanto os passivos representam uma realidade de exigíveis incontestáveis, os ativos realizáveis de curto e de longo prazo são “virtuais” podem ou não vir a ser recebidos. Pode-se presumir que o realizável de LP e parte do curto, são valores imprestáveis, totalizando quase 600 milhões. Incluem órgãos públicos, depósitos judiciais, Ativos Municipalizados, entre outros. Só esses itens demonstram a fragilidade dos ingressos. Diante de um quadro financeiro inseguro como este como realizar projeto de reservação?
Vale ressaltar que o Plano Municipal de Saneamento Básico aprovado no Conselho Municipal é da ordem de 2,3 bilhões, dinheiro que nem a CASAN nem o Governo do Estado tem. Portanto, leitor, se v. morar em área de “risco” prepare-se, vai faltar água com muito mais frequência daqui para frente, e, não só no verão.
A solução passa por um Consórcio Público com inserção dos municípios conurbados.
4 COMMENTS
O Sr. fez um estudo sobre o consumo de água X reservação em Santa Catarina? Bom, se não fez poderia começar com aulas de hidrologia básica.
Att.
Prezado Alex
Agradeço a visita ao meu Blog. Sobre Hidrologia, que estuda os estoques de água, distribuição e movimentação destas águas, não sou especialista. Minha especialidade é em “Gestão” quer pública quanto privada. Meu interesse sobre saneamento básico, não é Santa Catarina, é a Região Metropolitana. Neste particular dependemos sim de Reservação de água. Pilões já esta com sua capacidade no limite, é necessário estocar água. Somos hoje 800 mil pessoas na Região em 20 anos, 1,6 milhão. É preciso prever e prover água e esgoto para tudo isso. Lembro por oportuno que Itapema, sob a iniciativa privada, há 6 anos atrás, fez uma reservação de 300 milhões de litros, nunca mais faltou água na cidade. Acabaram também com as lamentáveis “línguas pretas” na praia. Infelizmente, a CASAN, não tem condições financeiras de atender nossa Região. Forte abraço
Realmente Hidrologia não é a sua área, pois Hidrologia não estuda estoque de água. Vai muito além.
Prezada Roberta, não estou discutindo HIDROLOGIA, estou discutindo um novo modelo institucional de água e esgoto. Parece que sua resposta encerra um pouco de aversão sobre o que escrevi. Minha contribuição como a sua acredito, é de tentar melhorar os serviços de água e esgoto que vem piorando os últimos 20 anos. Talvez v. não saiba mas sou membro do Conselho Municipal de Saneamento e sei do que estou falando. Forte abraço.