EQUIVOCOS DE UMA MORATÓRIA
(Moradores pedem o impossível, a cidade vai crescer)

Como muitos sabem a “moratória” é uma forma de adiar o ritmo das construções em nossa cidade. Já propuseram a moratória de vários bairros, a mais fulgurante, do Itacorubi, derrubada na Câmara de Vereadores.
Não faz nenhum sentido propostas como essas. A cidade vai crescer de um jeito ou de outro. Temos que optar se queremos uma cidade baseada no planejamento urbano ou pelos atalhos das irregularidades.
Segundo o IBGE somos hoje 421 mil habitantes, segundo previsões, seremos 800 mil em vinte anos. Isto corresponde a uma “nova Florianópolis” e neste sentido precisamos construir mais 100.000 casas ou apartamentos com toda a infraestrutura que isto representa em água, esgoto, lixo, escolas, saúde, segurança e mobilidade. Circulam pelas nossas ruas 210.000 veículos, serão, 500.000 em 2030.
As pessoas percebem que há engarrafamentos no trânsito, que há agressões ao meio ambiente, que os serviços públicos estão ameaçados. Acham que o crescimento da cidade trouxe todos estes problemas e que parando o crescimento tudo isso vai desaparecer. É uma visão míope e espanta que muitos formadores de opinião, embarquem nesta “canoa furada”.
A perda da qualidade de vida (se é que isto esta ocorrendo, eu tenho dúvidas, acho a cidade melhor hoje do que 40 anos atrás) se dá pela omissão de nossa gestão pública. Tomemos por exemplo, a água e o esgoto, por maior que seja a cidade problema de saneamento não deveriam existir, basta ver o que acontece com as demais cidades do mundo. Há soluções as mais diversas mas por influências políticas insistimos no modelo CASAN, sabidamente, incompetente, insolvente, e sem recursos próprios para tocar os 2,3 bilhões de investimentos necessários.
Vejam o caso do Transporte Marítimo, projeto bem elaborado, romperia com as intermináveis filas de acesso à cidade. Porque não saí? Pela incúria administrativa das gestões municipais conurbadas. Insistir em moratória e outras limitações construtivas é contribuir com a omissão dos gestores públicos, legitimar as suas incompetências, favorecer os grileiros urbanos e, pior, aumentar o caos urbano.