
PETROBRÁS MONOPOLIO BRAVIO, CHUCRO
Amigos e amigas
Fui professor de Finanças e dentro do segmento, de Custos Industriais.
Para que servem os modelos? Para determinar quanto custa produzir uma unidade de produção, seja uma modesta unidade de pão ou um complexo custo de uma unidade de barril de petróleo. Três grandes grupos formam a base: os custos da matéria prima, os custos da mão de obra e os demais custos, com destaque para os custos de depreciação. Pode ser uma padaria ou a Petrobrás, estes parâmetros se mantêm. Alguns desses custos são diretos, isto é, fazem parte do produto e outros são indiretos, não integram o produto em si. Evidentemente, há modelos matemáticos para fazer estes cálculos.

Para uma empresa normal, uma padaria por exemplo, há uma competição ferrenha, a concorrência obriga a um preço “justo”. E nos casos dos monopólios como é o caso da Petrobrás?
Nestes casos a sociedade criou os contra freios sociais – as agências reguladoras. Telefonia, água, luz, saúde, etc. todos obedecem a um “controle social” precisamente, para evitar abusos econômicos. A Petrobrás por ser de economia mista, não explorar serviço público, está fora destas imposições. Age soberana ainda que tenha o Governo para controla-la. Como é um monopólio, controla 100% do segmento de refino, só ela sabe ao certo, quanto custa refinar um barril petróleo.
Ela tem dois limites que são fundamentais – o primeiro limite é o custo nacional, o segundo são os preços internacionais. Estes via de regra obedecem a complexos interesses de países produtores, ora podem baixar os preços sem nenhuma interferência dos custos de produção, simplesmente, porque desejam ampliar o mercado. A Arábia Saudita e outros reinos árabes, estão localizados em um mar de petróleo cujos custos de produção são baixíssimos, algo entre 5 a 15 dólares o barril. Mas no mercado internacional os preços podem chegar a 60/70 dólares. Portanto, a Petrobrás não deveria estar atrelada apenas aos preços internacionais, posto que também somos grandes produtores. Guardo convicção que as chamadas margens de ganho da Petrobrás são enormes, haja visto o lucro anual anunciado.
É preciso que a Estatal encontre um meio termo que atenda aos interesses nacionais e fuja das pressões do mercado externo.
De outro lado vejam como é diversa a forma de se obter uma política de preços interna, notadamente do diesel – os preços poderiam variar diariamente, semanalmente, quinzenalmente, mensalmente e até, semestralmente. Não há nada de errado nisso desde que no conjunto a Petrobrás esteja produzindo lucros. É preciso que nestes casos se encontre uma média móvel dos preços internacionais com os nacionais e que se aplique à empresa. Traria paz, segurança e confiança ao mercado. Atualmente, querem ser mais realista do que o rei, agem de forma açodada, com tendências a um “toro chucro” da economia.
Vale ressaltar que o diesel é uma componente importante dos custos de transportes e que tem impacto direto na inflação. Como a Petrobrás é um monopólio não pode apenas se orientar pelos lucros contábeis que são elevados. É preciso que seus preços guardem relação com a estratégia do País.
Bolsonaro está correto em exigir explicações.