Os sofistas e os investimentos

Os sofistas vêm de longe. Na antiga Grécia eles perambulavam pelas cidades fazendo bonitos discursos com base na verossimilhança, ou seja, aparência de verdadeiro, mas não necessariamente verdadeiro. Foram perseguidos, ninguém suportava os bons argumentos que apresentavam sobre uma base, digamos, falsa. Descobertos na fraude fugiam para outras cidades.
Atualmente os sofistas estão em alta. Há sofistas para todas as classes, para todos os segmentos. No futebol profissional há bons sofistas, Diretores que argumentam que seu time é o melhor, mas na prática é um desastre. Nas universidade se instalou um tipo curioso de sofista intelectual, por ter boa formação, gosa de razoável credibilidade. “ a educação brasileira precisa de quotas, não de meritocracia”. Nesta toada somos avaliados como dos piores da América Latina.
Os políticos e gestores da administração pública são especializados, sua formação se dá no dia a dia, ora nas reuniões fechadas dos gabinetes, ora nos discursos inflamados para a plebe ignara deste País. Apresentam suas verdades como definitivas, de tanto serem bajulados, endeusados, acreditam nos falsos argumentos que vão construindo.

Mas na nossa cidade há um tipo exótico de sofista – aquele que sabe como incluir os excluídos, embora, nunca tenha gerado um mísero tostão e não saiba o que é uma Duplicata. Frequentemente, adoram opinar sobre grandes projetos, isto lhes dá “5 segundos de fama”, como na expulsão do estaleiro OSX de Biguaçu por que as “informações dão conta de que os golfinhos serão extintos na Baia do Tinguá”. Os projetos do investidor diziam exatamente o contrário. “A Ponta do Coral é do povo, é área pública, deve ser preservada”. Exatamente o contrário, a área esta abandonada, deserta, local de criminosos se homiziarem durante a noite.
Joinville e outras cidades do Brasil “brigam” para recepcionar a BMW. Nossos governos viajam o mundo para implorar que empresas se instalem em nosso território. Nós rejeitamos os investimentos ora por causa dos berbigões, ora por causa dos golfinhos, ora por causa de uma barata branca. Biguaçu perdeu 2500 empregos e a Ponta do Coral que pode gerar em torno disso, corre o risco de também ser impugnada. Rogo aos céus que nossa justiça continue iluminada e afaste a insegurança jurídica dos investidores. Aqueles que são a favor das classes menos favorecidas deveriam apoiar este projeto.