DECISÕES DEMOCRATICAS MAS EQUIVOCADAS
Amigos e amigas de Floripa

O Governo do povo (do grego demos) começou na Antiga Grécia, nas chamadas Ágoras, lá havia um diferencial fundamental – o povo se reunia para decidir o que os sábios (filósofos e estudiosos) ofereciam como soluções, um novo aqueduto, um prédio público, uma nova praça.
O mundo evoluiu, veio o Iluminismo e junto com ele a teoria política de Montesquieu que convergiu nos três poderes – executivo, legislativo e Judiciário (Montesquieu não considerava o Judiciário um poder) – e como as Ágoras já não eram mais possíveis veio o voto na urna.
Não restam dúvidas sobre as virtudes da democracia, todavia, fruto das complexidades modernas os atributos democráticos estão sendo postos à prova. Já há quem defenda mudanças.
Recentemente o historiador belga David van Reybrouk escreveu um ensaio contra as eleições, propõe debate para novas formas do povo se expressar. Tomou como exemplo o BREXIT aquele plebiscito que retirou o Reino Unido (Inglaterra e agregados) da União Europeia. Donald Trump também seria fruto destes equívocos.
Mas não precisamos ir longe, por aqui o povo tem errado de forma grotesca. Nas eleições de 2 de outubro reelegeu 4 vereadores enrolados com a Ave de Rapina.
Mas o maior de todos os equívocos e que terá enorme influência sobre o futuro da cidade recai sobre o Plano Diretor (PD). Aqui se concebeu desde os primórdios de 2006 uma forma “democrática” de debate, aberto, conferindo sabedoria a Centros Comunitários cujos conhecimentos técnicos não estavam presentes. Pior, grupos não liberais ideologicamente organizados, sempre comandaram o processo. Não havia um roteiro a ser seguido. Nem mesmo se sabia ao certo o que era PD, mesmo os que tinham a obrigação de oferecer informações, os técnicos do Prefeitura. Sucedeu então um conjunto de erros em vez de se discutir “zoneamento, uso e ocupação do solo” passou-se a examinar os problemas da população como educação, segurança e saúde. Confundiu-se PD com Planejamento Urbano. Foram tantos os desacertos que judicializou-se o processo não pelo conteúdo e sim pela forma de aprovação, outro engano.
Estamos vencendo as últimas etapas, deverá ser aprovado em breve, mas é um frankstein que só trará problemas à cidade, é hostil aos investidores, portanto, contra os empregos, à renda, e impostos.
São incorreções do processo democrático.