
VISITA A COPENHAGEN RETORNO A DECEPÇÃO
Amigos e Amigas de Floripa
A comitiva que esta visitando Copenhagen e outros países do eixo escandinavo está extasiada com a riqueza, com a felicidade dos moradores, com a organização dos serviços públicos. É preciso ver a origem disso.
Copenhagen tem quase 1000 anos, por lá, praticamente, todos os serviços essenciais já são dominados a um bom tempo. Vale registrar também o que se passou na Europa após a segunda guerra mundial quando aflorou de forma positiva o “welfare state” ou o Estado do bem-estar social. Muitos querem confundir estas políticas com socialismo, mas são equívocos monumentais.
O “welfare state” foi justamente um antidoto aplicado contra o socialismo, pelos estados liberais escandinavos onde estas políticas nasceram graças ao seu autor o sueco Karl Gunnar Myrdal que queria o melhor para as populações, através de uma sociedade livre.
Basta dizer que nos dias atuais os países mais abertos do mundo, que praticam à exaustão os postulados liberais são precisamente, os escandinavos. O Brasil por exemplo é um país fechado, pobre, miserável, socialista.
Aqui nós achamos que o Governo deve prover tudo, água, lixo, energia, portos, enquanto lá tudo é tocada pela iniciativa privada, não necessariamente, do país. Há entre nós e eles um abismo a ser transposto – a adoção da capitalismo concorrencial, do livre mercado.
Leio que que o orçamento para infraestrutura em Copenhagen é de 180 milhões de dólares cujos valores são predominantemente, da iniciativa privada e alguns poucos milhões do Governo. O Conselho que administra o fundo é privado. Lá o Governo é parceiro, não é gestor, quem entende de turismo é a iniciativa privada. Aqui há as secretarias de turismo municipal, estadual, Santur, fundos, tudo sob a tutela do Estado. Gasta-se mais em “atividade meio” do que nas “atividades fins”. De outro lado cabe o governo ajudar na Infraestrutura – ninguém visita cidades poluídas, imundas, sem acessos a boas rodoviárias, aeroportos, comércio pujante. Tudo isso entretanto, não cabe ao Estado gerir e sim os investidores. O Estado deve ser parceiro, contribuir na viabilização dos projetos, e colher os frutos do circulo virtuoso – mais investimentos, mais impostos, mais empregos, mais renda com novos empreendimentos.
Aqui temos um grave defeito – os liberais de fancaria, são liberais na política mas quando adentram no campo econômico todos são socialistas. Perguntem se desejam privatizar a CASAN, a maior causadora de passivos ambientais na cidade; a COMCAP não obstante bons serviços recepciona o lixo mais caro do Brasil. E o que dizer do nosso Plano Diretor-PD, concebido por um punhado de socialistas que inviabilizaram a cidade? O PD é tão absurdo que criaram o “pedezinho” as “70 zonas especiais de inclusão urbana – ZEIS”, a maioria situada dentro ou nas franjas das Áreas de Preservação Permanente. O atual PD é frontalmente contra os investidores, os grandes empreendimentos, aqueles que multiplicam outros negócios menores.
Deveríamos ter adotado o Código Florestal, criados os mapas advindos desta lei federal, e tudo o que não fosse proibido poderíamos ocupar. Nada disso foi feito. Por isso mesmo inviabilizaram um Projeto como a Ponta do Coral, recentemente, o Aeroparque de Ratones cujos investimentos seriam recepcionados com tapetes vermelhos em qualquer país escandinavo.
Nosso representantes voltarão animados, colheram in loco boas experiências mas irão se decepcionar no retorno. Implantar os bons exemplos escandinavos (como marinas por exemplo) requer de imediato a revogação do novo PD, afastamento da CASAN e licitar os serviços do lixo, coisa para políticos antenados, modernos, liberais de verdade.
Que eu saiba nossa Câmara de Vereadores anda com um Ford Bigode 1929, um calhambeque estropiado que não chegou sequer ao início do século XXI. Para os nossos animados companheiros de luta estão reservadas as costumeiras decepções.