MARAJANATO – DIARIAS DA ALESC (E OUTROS)
Amigos e amigas de Floripa

Há exatamente dois anos atrás em maio de 2015 a imprensa noticiou os abusos das diárias com base numa Auditoria do Tribunal de Contas. Segundo o TC entre 2009 a 2011 foram gastos 31 milhões. Vale lembrar que a ALESC conta com 40 deputados e (outro absurdo) 2.000 funcionários algo como 50 servidores para cada “marajá”.
O TC determinou que a ALESC apresentasse defesa mas como sempre convém, nestes casos, os argumentos são robustos, Max Weber sempre afirmava que há milhares de bons argumentos, todos inúteis, para justificar o gasto do burocrata.
Mas não era só o TC que deveria ter se movimentado. O Setor de Moralidade Administrativa do MPSC também. Dias desses um promotor dizia que sem ser “cutucado” o MPSC não poderia fazer nada. Pois bem em maio do ano retrasado houve um baita cutucão e hoje, 9 de maio, mais um, no DC. Matéria para exame é que não falta.
Guardo convicção que como nada foi feito, o relatório de 2017 revela que a cena se repete e em doze mais elevada. Cada deputado , continua com salários polpudos, carro com motorista, verbas de gabinetes, diárias a perder de vista, cujo orçamento anual 2017 totalizam R$547.876.286,00 (meio bilhão de reais), custando cada deputado R$13,7 milhões. É seguramente um dos custos mais altos do Brasil.
Os números são assustadores entre 2011 a 2016, foram realizadas 67 mil viagens que custaram R$ 61.1 milhões. De se imaginar quantas creches dariam para ser construídas, quantas escolas, quantas caixas de remédios.
Há no Brasil uma praga chamada de patrimonialismo das elites. Ele se materializa nos altos escalões do Estado Brasileiro – União, Estados, Municipios, Poderes Legislativo, Judiciário, Promotorias – com verdadeiros assaltos aos cofres públicos na ativa e na aposentadoria. Nos revoltamos contra mensalões e petrolões mas ficamos indiferentes frente a estes abusos revelados pela imprensa. O conceito de patrimonialismo reside em não distinguir os limites do público e do privado, foi instaurado no Brasil desde o tempo das capitanias hereditárias e perdura até hoje. Durante o Império, o monarca podia e desfazia a seu belo prazer, veio a república e os altos “comissários” continuaram a farra, que agora continua forte e rijo junto dos poderes.
Enquanto isso o povo “que povo”? que se dane.