
APELES DE KÓS E OS APELES ILHÉUS
Amigos e amigas de Floripa
Apeles era um pintor grego, vivia na ilha de Kós. Tinha por hábito fazer exposições de seus quadros e, sorrateiramente, se escondia atrás de uma parede para ouvir o que as pessoas diziam acerca de seus quadros. Ao expor a pintura com uma linda mulher – ouviu a queixa de uma costureira dizendo à sua amiga que “o vestido com dois botões na parte superior deixaria o quadro ainda mais bonito”; seguiu-se o cabeleireiro do local acrescentando que o laço no cabelo ficaria melhor se da cor mais escura; finalmente o sapateiro da comunidade dizendo que o sapato com duas fivelas, ficaria melhor. Apeles tudo anotou, retirou o quadro e foi para casa fazer os retoques que ouvira.
No dia seguinte ao expor o quadro novamente, a costureira ficou encantada com as modificações, o cabeleireiro se disse maravilhado, o sapateiro também enalteceu o quadro, mas, observou que as alterações do vestido tinham piorado a qualidade da obra.
Apeles não se conteve saiu de trás do esconderijo e gritou – sapateiro não deve ir além dos sapatos.
Esta pequena história é muita contada nas obras intermináveis do direito notadamente a sua última frase que em latim ficou “Ne sutor ultra crepidam judicaret” traduzindo: não deve o sapateiro julgar além das sandálias”.
É um alerta sobre a necessidade de termos consciência de nossos próprios limites. Ninguém deve intrometer-se sobre algo que não entende ou lhe diz respeito.
A história cabe muito bem em nossa cidade sobre algumas forças poderosas como o MP e a Justiça Federal que a título de “salvar” a cidade agem como o sapateiro de Apeles. Em ações duvidosas colocam a cidade reféns de teses absurdas como a que se tem noticiado quando desejam declarar ilegais todas as construções e imóveis situados ao longo da Avenida Luiz Boiteux Piazza, quando pretendem paralisar uma obra como a da HAVAN na confluência da SC401/Ingleses, sob argumento de ausência de licenças ambiental da FLORAN (antes existia outra obra no local), proibir a construção do Parque Aeronáutico de Ratones, entre outras. De ressaltar que antes tentaram impugnar o hospital SOScárdio na SC401, o próprio Sapiens Parque, cujos projetos só avançaram por pertinácia de seus idealizadores. O projeto Ponta do Coral, infelizmente, graças ao defectível prefeito César Souza foi cancelado. Não por outra razão fez menos de 2000 votos para deputado federal nas eleições de 2018.
O raio de ação dos “sapateiros ilhéus” vão além. No Jurere Internacional os empreendimentos turísticos operam há mais de 30 anos, mas de uns tempos a esta data há um empenho furioso para coloca-los abaixo, fechá-los, em nome do “silêncio do bairro”. Mas não pense o leitor em beachs club, nesta categoria está incluído nada menos do que o IL Campanário, um dos melhores hotéis do Brasil. Os argumentos não encontram eco na realidade, mas os esforços continuam intensos.
O MPF especialmente, tem que se tornar braço da solução e não ampliar o quadro conflitivo. Para isso o melhor remédio é o diálogo, da forma que avança a lide jurídica não beneficia ninguém, trava-se uma luta de egos com consequências trágicas – arruína-se a imagem de uma importante instituição, projeta-se uma insegurança jurídica indesejável, manda-se para as calendas os investimentos, justamente eles que tem a função de gerar mais renda, impostos e sobretudo empregos.